Cannabis como alternativa de tratamento para autismo.

Estudos e pesquisas apresentam resultados promissores

Dentre as aplicações da cannabis como alternativa de tratamento está seu uso voltado para o autismo, pois confere alívio para os principais sintomas desta condição, tais como: irritabilidade, ansiedade, agressividade, insônia,crises sensoriais, convulsão.

 

De fato, até hoje, não foi encontrada uma cura para as pessoas que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A farmacologia tradicional oferece algumas medicações alopáticas, como drogas antipsicóticas, antidepressivos ou ansiolíticos químicos, porém somente para casos mais graves da condição, mesmo assim os efeitos colaterais desencadeados pelo uso frequente tornam essa escolha um peso na vida dos autistas. 

“Os canabinóides, como o THC e o CBD são muito mais seguros em nível de toxicidade para o organismo que os remédios tradicionalmente receitados para autistas, podendo a cannabis ser substitutiva ou usada parcialmente, o que possibilita reduzir a dosagem das drogas tradicionais por uma medicina natural”, pontua o Dr. Paulo Fleury.

Os estudos sobre a aplicação da cannabis como alternativa de tratamento estão avançando e vem revelando que o CBD aumenta as atividades em locais específicos do cérebro do portador de TEA, por isso ajuda na interação social , controlando e amenizando os sintomas cognitivos, comportamentais e de funcionalidade, ou seja, mais qualidade de vida ao paciente  TEA.

“Da clínica que eu exerço e do que já há de publicação de pesquisa em termos de estudos sobre esse tema o que se observa, num percentual significativo das crianças, é uma melhora dos aspectos psico-comportamentais mais extremos como agressividade, irritabilidade, ansiedade, hiperatividade, déficit de atenção, distúrbio de sono, epilepsia, crises convulsivas, é possível conseguir com o uso regular da cannabis um controle seguro e uma melhora acentuada desses sintomas. Há também uma melhora significativa no desenvolvimento motor e cognitivo, além da melhora na interação social”, revela Dr.Paulo Fleury.

E como surgiu essa data?

Em 2007 a ONU instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Essa data tem como objetivo chamar a atenção da população para a importância de conhecer e tratar o transtorno, que afeta hoje cerca de 70 milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Organização Mundial de Saúde. 

No ano de 2018 esse dia passa oficialmente a fazer parte do calendário brasileiro, demonstrando o quanto essa luta vem sendo reconhecida.

Um dos marcos da luta pelo reconhecimento dos direitos dos deficientes foi a criação da Lei Berenice Piana em 2012. A legislação determina o acesso a um diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamentos pelo Sistema Único de Saúde; à educação e à proteção social; ao trabalho e a serviços que propiciem a igualdade de oportunidades.

Em 2020 foi criada a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), de expedição gratuita para garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social. Essa lei também é conhecida como Lei Romeo Mion, em homenagem ao filho do apresentador Marcos Mion, que possui TEA.

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